terça-feira, 25 de maio de 2010

Venez faire la sieste avec moi

Sou o que sou, fui o que era. Já não sem tempo, em uma nova era, tudo muda com o tempo, e tempo já não tenho para lamentar.
Uma vez pra mudar, sempre alterando, transformando e filosofando...
Acabei criando um mundo sólido, um mundo sórdido, não em minha volta, foi no que se transformou.
E divagando eu cá estou, em trapos que se podem chamar de vestes, vestes estas que detesta.
Sem antes parar, pois já não sinto, tenho pena de tudo e de todos, pois não sei nada sobre qualquer coisa, e nunca fui a parte alguma, mas e aqueles que para todos os lugares vão e com eles nada aprendem?
Insensato, talvez. Maluco, jamais.
Contudo, não seria também a insensatez uma parte de um todo, um todo que nos faz e nos compõe? Uma bela e sincera composição de tudos e nadas, de teatros e sofrimentos, de tristezas e alegrias...
Vamos, vamos sorrir mais uma vez, vamos acompanhar a chuva cair, vamos ver as poças se formarem, até serem pelo sol eliminadas.
E todo dia é dia de labuta, pois quem cedo milita, cedo colherá. Colherá as árduas mãos calejadas de tanto trabalhar, com o objetivo de um dia se cansar e se aposentar.
Deixe viver, deixe que vivam, intensamente, diria eu. Talvez em um rompante de fúria cega, eu me faria voar por dentre as nuvens, para nunca mais voltar. E fugir pra quê, se tudo que eu quero está a 200km de mim?
Da melancolia ao martírio de quem já está cansado de bater e de apanhar, venha descansar, repousar a cabeça por dentre meus braços. Venha ser o que você sempre quis: alguém completa.

A.V.H.H.