sábado, 4 de junho de 2011

Em dias frios...

Tem dia que tá muito frio, que tá tudo muito quieto, parado. Parece até que o mundo vai acabar. Mas não tenha medo. Estou a teu lado pra tudo que tiver que ser, pra tudo que tiver que acontecer!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Penso, e não desisto

Hoje eu reclamei pro vento. Hoje eu expus minha raiva e minha indignação, em parte, em uma vã tentativa de obter comoção alheia. Hoje eu reclamei muito, reclamei demais, fui rabugento mesmo. Não o fiz de forma insensata, pois eu acredito cegamente que insensatos são aqueles que nos fazem irar, e depois pirar.
Hoje eu reclamei, pois cansei de enfrentar filas enormes, de enfrentar burocracias ridículas, no futuro quem sabe até para tomar um simples café. Hoje eu reclamei, e reclamei muito por não entender nada do que se passa nas terras Tupiniquins. Irado, muito mesmo. Mas acredito que foi sem sentido. As coisas não vão se resolver porque eu reclamo, as coisas não vão se resolver porque eu grito. As coisas se resolvem se eu fizer, se eu lutar. Cada um à sua maneira, mas fazer alguma coisa, pois não é porque sempre foi assim que precisar continuar sendo.

Se você sofre de alguma dor física, você age, você procura sanar o problema. Para alguns, quando essa dor é emocional, o caminho é o mesmo. Mas quando se trata da moral, dos bons costumes, dos princípios, aí a coisa sempre foi assim e não o que se fazer.

Lutemos, levantemos nossas cabeças para enfrentar essa monstruosidade burrocrática que assola nosso País, aquele a que nos referimos ser o País da graça, das beldades, onde não há eventos naturais que nos abalem. Mas eu ouso discordar. Discordo, pois a Natureza pode não ter nos colocado em posição de ação de furacões, tempestades, vulcões ativos, terremotos, maremotos, tsunamis, e por aí vai. Mas colocou uma ação subjetiva e impiedosa: a ação de poucos que prejudicam milhares, milhões.

Pagando impostos altíssimos, enfrentando burocracia desnecessária, “burrificando” nossas crianças, expondo nossos irmãos e irmãs aos mais variados níveis de violência, seja ela moral ou física, nos expondo cada vez mais em um abismo onde pouquíssimos mandam e milhões se submetem.

Essa descrição me remete à imagem de várias pessoas puxando uma biga enquanto alguns estão em cima dela chicoteando aqueles que lhes conduzem. E nosso Hino Nacional ainda diz: verás que um filho teu não foge à luta, nem teme quem te adora à própria morte, terra adorada.

Se entre outras mil és tu Brasil Pátria amada, por que, então, machucamos a quem amamos? Ou será que não nascemos amorosos?

Hoje foi um dia de reflexões, um dia difícil. Amanhã será melhor, eu tenho certeza. Afinal de contas, “eu sou brasileiro e não desisto nunca”. Será?...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Lágrimas pro futuro

Enquanto você se desaba em prantos, tudo segue o ritmo normal de um dia de verão. As pessoas andam se abanando na rua, reclamam do calo que está fazendo no elevador, mas tudo se resume a lágrimas.
 
Um dia se passa, semanas, meses, até que você se dá conta que tudo mudou, menos você. Mais uma razão para que você se deixe abalar novamente: você vê a foto dos seus amigos comemorando em um bar, da sua prima que foi viajar com um namorado que você nem sabia que existia, e repara que trocaram o cartaz da porta do cinema. Tudo em um curto espaço de tempo.

Justamente neste momento você tem duas opções: ou permanece no estado em que está, e tudo é irritantemente monótono, onde você passa as horas comentando com seu colega de trabalho que seus amigos te esqueceram, que ninguém liga mais pra você, que o mundo não te quer, e tenta arrancar atenção dele pra você dizendo: "acho que o melhor é por um fim em tudo isso". Daí, mais duas opções: ou você vai permanecer no ostracismo da auto-piedade, ou você realmente executa seu plano e vira história.

Simples assim. Mas há outras opções também.

"...você tem duas opções:".

Opção 2 - começa a observar que, ainda que tudo tenha mudado, você ainda vive na lembrança das pessoas cujas vidas foram marcadas pela sua, passa a mão no telefone e liga pra elas. Combina uma cerveja, um almoço, jantar, enfim, dá um jeito de encontrá-la. Não deu certo? Não desiste e continua tentando: nem tudo que aparenta ser de fato é. Não, não é simples. E por quê? Porque todos os indícios que você acumulou em meses lhe mostram justamente o oposto (opção 1): ninguém te ama, ninguém te quer. Mentira. Pura mentira. As pessoas apenas não são muito acostumadas a ficar ouvindo problemas dos outros por acharem que já têm problemas demais. É isso. Liga pra alguém e chama pra ir pra uma festa. Agora, liga pra essa mesma pessoa e pede pra te ouvir. Poucos terão tempo de ouvir, mas muitos terão tempo de festejar.

Mas não se deixe enganar pelas falsas impressões, pois a justificativa de estar ocupado realmente pode significar que está ocupado. Tá vendo? Nem tudo é tristeza! E lembre-se de uma coisa: a insistência cansa. Até você se cansa.

Aliás, se quem você procura está tão ocupado assim para te receber, deixa pra lá e parta pra outra. Há inúmeras pessoas de inúmeros jeitos diferentes neste mundo, já reparou? Ou tá pensando ainda na opção 1?

É difícil crescer, é difícil adaptar-se. Ninguém se adapta do dia pra noite ou vice-versa. É necessário tempo para que tudo se encaixe no lugar. A violência se mostra súbita, repentina e de várias formas, sujeitando a todos. Cabe a você escolher o caminho para se esquivar dos efeitos dela.

Desencana. Viva cada dia de uma vez, cada momento de uma vez, sem perder o foco no médio e longo prazo, afinal os dias compõem semanas, que compõem meses, que constroem anos, onde se solidifica uma vida. Tudo vai ficando leve, teus ombros ficam mais fortes, e a vida te prepara para um novo amanhã.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Estagnação

Quando a vida pára
e você se dá conta de que ela parou,
tudo que você até agora carregou
queda-se inerte.
Porque a vida pára.

Da irresignação com a vida,
Você sai em busca do teu eu,
o interior pra onde nunca deveria ter olhado.
Tudo, porque a vida pára.

Você sorri, você experimenta,
você ouve, você senta.
Até que não mais aguenta,
porque a vida pára.

Pára de ser monótona,
pára de ser mesquinha,
pára de ser torta...
Simplesmente, a vida pára.

Seus páreas não te compreendem,
mas tudo que começa tem um fim.
Obviedade maior não existe.
Mas em não acreditar, você insiste.

Desiste. Vai e segue teu caminho.
Porque a vida pára, e tudo que pára recomeça.
Descarrega todas tuas mágoas.
E segue em frente,
pois tudo tem um preço.
Até que, novamente,
a vida pára...