quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um caminho, uma escolha

De vez em quando, um aperto no peito me toma conta. Me sinto sufocar por todas as lembranças que o passado, às vezes, insiste em me trazer à tona. Relembrando todos os bons momentos que vivi, todas as pessoas que já conheci, os cheios, os gostos, todas as sensações, repentinamente, voltam a me rodear.

Não classifico como ruim, pois sei que todos têm isso na vida, em um dado momento, em uma via de inspiração; o vento entrando pela janela, a música que toca, e aquela sensação do vento batendo no rosto, e então, todos os rostos vêm à mente, numa profusão confusa de sentimento: continuar vivendo mas querer arrastar todo seu passado para se tornar o presente, e perdurar infinitamente até o futuro.

Devemos viver os momentos, de forma única, os bons e os ruins, e ter o passado apenas como referência, como algo que já se eternizou, pois, como já disse em outras situações, ele é imutável. O que podemos controlar é o nosso futuro, pois decidimos tudo aquilo que queremos ser, fazer, ver, vivenciar, para, somente então, o futuro se tornar presente e, num curtíssimo espaço de tempo, já virar eterno.

Que seja eterno enquanto dure. E que sua duração seja efêmera, pois só assim poderemos continuar caminhando adiante, buscando aquilo que desejamos e vemos como o futurno eterno, ou seja, tudo aquilo que faremos e que será eternizado.

E é justamente por isso que não devemos perder tempo com pequenas, tampouco grandes, coisas ruins e aborrecentes de nosso dia-a-dia. Devemos sempre separar tudo aquilo que nos é bom, daquilo que nos perturba, nos incomoda, pois somente com a mente tranquila é que encontraremos as soluções para todos os problemas que nos afligem, e também só assim teremos a clareza da visão para poder admirar as coisas que realmente nos importam...

Quando acordo todas as manhãs tenho duas escolhas: um dia maravilhoso ou um dia entendiante. Eu sempre fico com a primeira opção. Às vezes não dá certo. Mas até mesmo das escolhas erradas tiramos aprendizados enriquecedores.

Um conselho? Escolha ser feliz, sempre.

domingo, 26 de julho de 2009

Era braseiro

Abri a porta, você entrou. Ofereci o que tinha de melhor, você aceitou. Num dado momento, sem que nada diferente tivesse ocorrido, você simplesmente se levantou e foi embora à francesa. Sem explicações, sem nexo, sem carinho.

Momentos efêmeros, pessoas efêmeras. Apenas observando os eventos que as rodeiam, aguardando o momento certo para, então, dar o bote certeiro

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Então é assim?...

Algumas pessoas simplsmenste perdem o seu encamnto, justamente por tentarem ser alguém que nunca foram. E nem nunca serão. Andam esguias por dentre sombras de passados, achando que tudo permanece como sempre foi, sem importarem-se com o presente, que é algo concreto e palpável de algo que ainda está por vir.

E depois, nesse meio tempo vem você, irresignado(a) (pra que fique bem claro), me dizendo que eu não deveria ter feito isso ou aquilo. Mas estava você lá, no momento presente, ou no presente momento, para ditar minhas ATITUDES??? Não... Exatamente. Não venha me taxar, então, de alguém desprovido, de alguém descabido, de alguém sem propósito, pois pode conhecer-me desde criança, mas podes não saber de onde venho e o que pretendo. E isso me deixa, literalmente, e com o perdão da palavra, PUTO DA VIDA.

A minha vontade era de contracenar a violência física real, tal qual "absolutely fight club". Mas minha razão, como recentemente vem fazendo, fala mais alto. E digo: sorte sua. Sobrevivência, perseverança, atitude, respeito. Procure todas estas palavras dentro de ti, como algo que lhe faz falta. Quero ver se acha alguma delas sobrevivendo dentre os escombros sombrios de tuas luxúrias. Não... Certamente, não acharás.

E digo mais: não sou o único à vagar nas sombras, por dentre os escombros, procurando por algo etéreo para me desfazer. Mas posso te esclarecer que sou o único, dentre muitos, e muitos, que têm mais do que a absoluta certeza de que sabe o que está fazendo.

Eu nunca senti nada difernte por você, que não fosse um carinho, ainda que distante. Mas, de hoje em diante, você conseguiu fazer com que, pelo menos para você, minha visão das coisas mudasse. É, minha cara, já não te vejo mais como os olhos de outrora. Tuas ambições sucumbiram aos teus desejos.

Pois bem; fique com seu mundinho de faz-de-conta; fique com tua vida etérea; fique com teus pseudo-amigos, pois um dia, e digo com firmeza e absoluta certeza, tudo acabará em ruínas, e, mais uma vez, estarás caminhando por dentre escombros sombrios, procurando algo que já se esvaiu por dentre seus dedos...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Bolinhos de chuva e tempestades...

Tenho a sensação de que o tempo está passando incomensuravelmente rápido, e tudo à minha volta está mudando. Principalmente as pessoas que me orbitam com frequência. E o que me deixa puto da vida, grande parte do tempo, é não saber o porque de tudo isso, e não conseguir compreender o motivo de tudo.

Muitas coisas aconteceram, estão acontecendo, muita coisa mudou. Todos me perguntam se tenho algo novo a dizer, e eu sempre digo que não. E o porque desse comportamento mesquinho? Por pura falta de interesse de manter uma conversa, ou mesmo por achar que as mudanças que notei, que sinto, não interessariam passar por debates extensos, filosóficos e exaustivos. Mas a razão de tudo, mesmo, é que estou sentindo falta de algumas noites onde eu ficava observando o horizonte escuro à cintilar pequenos pontos de luz, com aquela companhia em especial.

Não. Tenho certeza de que meu problema não é a incompreensão. Não é a solidão, pois vivo rodeado de várias pessoas, que pensam de várias formas diferentes, mas que sempre se entendem de alguma forma diferente. Reluto em achar que alguma coisa diferente acontece, e que isso está me deixando, de alguma forma, perturbado, pois não quero aceitar o fato, simples e lógico, de que o tempo está passando e que, como tudo na vida, as coisas estão mudando junto.

Imbuído de um sentimento de apatia, é estranho a forma como vejo todos os dias o sol nascer, cada vez mais cinza, notar que meus cigarros não têm o mesmo sabor de outrora e que meu café já não mais ostenta aquele aroma que me fazia pular de alegria alguns anos atrás, logo que acordava. Ando não sentindo mais a motivação de percorrer todos os dias certos caminhos, por saber que, invariavelmente, no final, acabarei sentado em um banco de praça, solitário, a pensar em como tudo, um dia, teve a intensidade de um autêntico Technicolor...

Quando era criança, costumava ver todos meus heróis da TV perfeitos. Não notava as imperfeições como defeitos, não via o desenrolar das estórias com desinteresse, não sentia o tempo passar, não sentia os dias fluírem, pois tudo era uma eterna descoberta. E hoje? Tudo não passa de meras certezas fundamentadas na hipocrisia de poucos parcos heróis.

Dia a dia, onde estão as coisas mágicas, sensatas e simples, como bolinhos de chuva em dias de tempestade, temperados com açúcar, canela, cheiro de café pela casa, barulho de chuva, cheiro de chuva, perfume de vida, brilho de vida, tesão... Pra onde foi tudo isso?...

É... Um dia tudo volta a ser como outrora. O único problema nisso tudo, é aplacar a ansiedade enquanto se espera o tempo passar para que a próxima estação possa refazer de cor todo o jardim de nossa infância...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Não me chame, Tristeza...

Você me chama. Eu quero sumir desse lugar. Mas você insiste em me dizer que não adianta escapar, pois os problemas me acompanharão para onde quer eu vá. E eu levar-te-ei junto a mim.

Gostaria de levar somente os bons momentos, somente aquilo que pode ser palpável e tangível. Mas não consigo enxergar nada no meio de toda essa poeira, que cega meus olhos e não me deixa outra opção senão a de ver com meus ouvidos e tato, pois o gosto, já nem sinto mais.

Não há cores, não há formas definidas. Tudo que toco e tudo que ouço são apenas pedaços do todo, e desta forma eu construo em mim a imagem daquilo que eu acho que é certo, mas, como não consigo ver nada, não consigo ter uma exata noção do que está à minha frente.

Uma hora ou outra a poeira irá baixar, e será preciso caminhar com passos vagarosos para que tudo não volte a ser como está, um grande turbilhão de coisas inacabadas e imaginadas, que necessariamente não condizem com a realidade.

Ouço vozes distantes, vozes aproximadas, e com medo, distanciei-me do mundo ao meu redor. Não sinto nada, não penso nada, não tenho um foco definido. Pedaços de mim mesmo, sentidos confusos, pedaços de pessoas, vontade de viajar pra longe e ficar um tempo fora dos palcos. Acho que estou cansado de algumas coisas que vi, ainda que pela metade, pois se a fração já me pareceu algo distorcido, a construção do todo pode me surpreender negativamente.

***

"Tristeza, por favor vá embora.
Minha alma que chora está vendo o meu fim.
Fez do meu coração a sua moradia.
Já é demais o meu penar.
Quero voltar àquela vida de alegria. Quero de novo cantar."
("Xô Tristeza" - Composição: Heitor dos Prazeres)