Você me chama. Eu quero sumir desse lugar. Mas você insiste em me dizer que não adianta escapar, pois os problemas me acompanharão para onde quer eu vá. E eu levar-te-ei junto a mim.
Gostaria de levar somente os bons momentos, somente aquilo que pode ser palpável e tangível. Mas não consigo enxergar nada no meio de toda essa poeira, que cega meus olhos e não me deixa outra opção senão a de ver com meus ouvidos e tato, pois o gosto, já nem sinto mais.
Não há cores, não há formas definidas. Tudo que toco e tudo que ouço são apenas pedaços do todo, e desta forma eu construo em mim a imagem daquilo que eu acho que é certo, mas, como não consigo ver nada, não consigo ter uma exata noção do que está à minha frente.
Uma hora ou outra a poeira irá baixar, e será preciso caminhar com passos vagarosos para que tudo não volte a ser como está, um grande turbilhão de coisas inacabadas e imaginadas, que necessariamente não condizem com a realidade.
Ouço vozes distantes, vozes aproximadas, e com medo, distanciei-me do mundo ao meu redor. Não sinto nada, não penso nada, não tenho um foco definido. Pedaços de mim mesmo, sentidos confusos, pedaços de pessoas, vontade de viajar pra longe e ficar um tempo fora dos palcos. Acho que estou cansado de algumas coisas que vi, ainda que pela metade, pois se a fração já me pareceu algo distorcido, a construção do todo pode me surpreender negativamente.
***
"Tristeza, por favor vá embora.
Minha alma que chora está vendo o meu fim.
Fez do meu coração a sua moradia.
Já é demais o meu penar.
Quero voltar àquela vida de alegria. Quero de novo cantar."
("Xô Tristeza" - Composição: Heitor dos Prazeres)
Gostaria de levar somente os bons momentos, somente aquilo que pode ser palpável e tangível. Mas não consigo enxergar nada no meio de toda essa poeira, que cega meus olhos e não me deixa outra opção senão a de ver com meus ouvidos e tato, pois o gosto, já nem sinto mais.
Não há cores, não há formas definidas. Tudo que toco e tudo que ouço são apenas pedaços do todo, e desta forma eu construo em mim a imagem daquilo que eu acho que é certo, mas, como não consigo ver nada, não consigo ter uma exata noção do que está à minha frente.
Uma hora ou outra a poeira irá baixar, e será preciso caminhar com passos vagarosos para que tudo não volte a ser como está, um grande turbilhão de coisas inacabadas e imaginadas, que necessariamente não condizem com a realidade.
Ouço vozes distantes, vozes aproximadas, e com medo, distanciei-me do mundo ao meu redor. Não sinto nada, não penso nada, não tenho um foco definido. Pedaços de mim mesmo, sentidos confusos, pedaços de pessoas, vontade de viajar pra longe e ficar um tempo fora dos palcos. Acho que estou cansado de algumas coisas que vi, ainda que pela metade, pois se a fração já me pareceu algo distorcido, a construção do todo pode me surpreender negativamente.
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"Tristeza, por favor vá embora.
Minha alma que chora está vendo o meu fim.
Fez do meu coração a sua moradia.
Já é demais o meu penar.
Quero voltar àquela vida de alegria. Quero de novo cantar."
("Xô Tristeza" - Composição: Heitor dos Prazeres)
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