quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mistério cintilante

Sorrateiramente vem e furta-me o sono
Elegantemente se exibe negra e cintilante
Outrora em companhia da Lua minha
Agora em misteriosa solidão

Furta-me o sono, mas não meus sonhos
Despe-me da cama em segundos
Ainda que após horas de luta
Não tenha conseguido vencer-lhe, noturna agonia

A causar-me desespero, ao passo que se passam as horas
A dar-me alento em vosso escuro e denso esplendor

Se mal entendida és, é porque na mesma simplicidade que faz aflorar o amor,
desperta o lado escuro do humano ser.

Democrática silenciosa, reina em meu reino de palavras
Ideias e ideais sem fim, quando lhe brindo com ternura
Ó noite soturna.

Simplicidade em um clique

Por que manter a ordem, quando a ordem beira o caos? Porque temos medo do quão perigosos somos ante nosso próprio descontrole; porque não conseguimos ter simplicidade onde a praticidade deveria ser a regra.

Sem desordem não há razão para nos ordenarmos, e com esta, desequilibramos a ordem natural das coisas. Tamanho contra-senso insensato que a sociedade nos faz crer, pois se é natural, como pode ser ordenado?

Há contradição aparente, simples de se explicar e também de se entender.

O momento, aquele raro, onde olhares se cruzam, seja para o amor ou para o ódio, não ocorre de uma ordenação, tal como se predestinado houvesse sido assim concebido. Acontece porque é natural.

Destarte, alhures exposta está a simples maneira de se ver as coisas, os fatos, magicamente transmutados e ordenados para que tenhamos sempre a mesquinha sensação de que estamos no comando, no controle das coisas, quando, na verdade, não há mouse nem teclado em nossos mundos.