quarta-feira, 29 de abril de 2009

Noites claras, focos noturnos

À esta altura, todos devem estar dormindo seus sonos mais profundos, vivendo as fantasias mais sórdidas e intrincadas que qualquer pessoa possa imaginar. Uns voam, outros transam, e alguns até tocam gaita. Mas o que realmente importa, é que enquanto todos dormem, eu fico aqui observando tudo.

Na medida que o tempo passa, as horas caminham devagar rumo ao infinito. Como estou sem sono, procuro alguma coisa pra fazer. Folheio livros, pego revistas, ligo a televisão, ouço uma música, tento escrever. Nada me dá tesão. Nada.

Desencanado, tomo um copo d'água e vou até a sacada ver a noite. Adoro ver as estrelas. Mas encheram de luzes na marginal, então o brilho delas se ofusca e confunde com o forte brilho dos holofotes marginais, beirando o rio que, infelizmente, não consigo ver.

Bom, absolutamente absorto em meus pensamentos, devaneio sobre todas as coisas que aconteceram, tudo que pode acontecer, e faço planos, desenho ideais e ideias, traço metas. Pra que? Bom, eu também não tenho a mínima ideia, já que eu nunca consigo segui-las.

E reparando nisso, eu vejo que não tem muito sentido em se estabelecer pequenas e médias metas, pois é o acaso que vai te moldando no dia-a-dia, já reparou? Você planeja o seu final de semana durante a semana, e a sua semana durante o final de semana, mas você nunca faz nada daquilo que havia traçado. Então, chegando na minha derradeira conclusão, o negócio é deixar rolar.

A noite avança, ainda que as horas seja vagarosas em seu caminhar. Quando percebo, já são 03:00 da manhã, e eu tenho que acordar às 07:30 e me preparar pra um compromisso às 09:00. Mas não tem problema. Filosofar dentro de você mesmo só faz crescer aquilo que você tem e que você já é.

Neste vai e vem das horas e do tempo, o sono vem chegando. O tempo bate 03:20 e já estou na cama. Despeço-me de mim, com um singelo boa noite, agraciado de carinho, afinal, eu mereço.

Encosto a cabeça no travesseiro, suspiro de amor e de paixão, penso em alguma coisa boa e me junto àqueles cuja passagem narrei no começo...

Boa noite! Bons sonhos!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Onde as pessoas más vão quando morrem?...

Eis que me deparo em meio a uma estrada rural, de terra batida, cuja poeira se levanta enquanto o carro vai passando, deixando pra trás tudo aquilo que tínhamos de ruim dentro de nós mesmos.

Fluindo por dentre densos capinzais. Imagino então a distância percorrida, centímetro a centímetro. Conto com a ajuda das estrelas que pontilham toda a abóbada escurecida pela noite.

Destilando doses de sarcasmo, mascarando todas aquelas faces estranhas e inquisidoras, segui adiante, pensando em como tudo está perfeito. Nada poderia me alcançar naquela hora. Nem mesmo o vento.

Ainda assim, estava frio, e eu sentia todos os meus dedos congelando, em estado de êxtase, mesmo os dos pés. Tudo aquilo não me era novo, mas eram sensações em momentos distintos.

Enquanto ia pela estrada, imaginava como o mundo anda tão complicado. E há tantas pedras nesta estrada, buracos... Ainda bem que não há palhaços. Não os suporto.

De repente, senti uma mão em meu rosto. Ao olhar pro lado, a sombra de um sorriso que se espelhava no vidro, tendo como dinâmica as grossas tosseiras de mato.

Após um tempo andando, vi luzes. E tive medo, pois não sabia direito onde estava. Não que estivesse perdido. Mas também não conseguia me achar. Meu Deus: cadê meu GPS!???

Recobrando-me do susto, vendo onde eu estava, vi que estava tudo bem. Momentos após, um som me chega aos ouvidos; batida conhecida, timbre da guitarra com aquela distorção... Hmmmm, só curtindo o momento e a paisagem, que cada vez se mostrava mais insensata. Só a estrada fazia sentido. Mas não me incomodei.

Após um breve trajeto, com uma breve ligação que me deixou mais feliz, cheguei ao jardim, admirando toda sua beleza em toda sua plenitude... E nas águas calmas daquele lago artificial, vi minha imagem distorcida, cheia de brilho dos postes, cercada de peixes sonolentos e agitados.

Enfim, fui embora. Ainda que não quisesse, mas eu sabia que tinha que ir. E a única coisa que eu tinha certeza, naquela hora, era a de que os levava em meu coração.

sábado, 25 de abril de 2009

Um brinde ao amor, à amizade e à paz...

De nada que se aguardava, nasceu a esperança. Paciência, já havia sido dito a mim para que a mantivesse comigo, e soubesse aguardar pelo momento certo, na hora certa, que tudo daria certo.

É bom pensar no futuro, e necessário também, pois é preciso ter foco em alguma coisa e saber para onde se está indo. Pensar apenas no presente fará o aqui e agora, mas não o amanhã. E pra que tudo aconteça bem, tem que ser pensado e transparente desde o começo.

A sinceridade aflora, todos parecem saber, mas, na verdade, como podem saber, se nem nós mesmos sabemos? O tempo fará seu trabalho, e o que se deve ter em mente é que cada passo deve ser pisado em seu tempo, senão nos desequilibramos e corremos o risco de cair. Caindo, podemos nos machucar. Negativo.

Aproveito o momento como se fosse o último, pois inconstantes, buscamos um no outro aquilo que nos falta. Mas tenho em mente que nos complementamos, nos encaixamos. Os espectadores enxergam mais além do que os personagens podem ver, pois nesta situação, o foco é único. Já para aqueles, há vários ângulos de visão. Mas, de toda essa situação, somente os personagens principais podem movimentar as peças do jogo e fazer com que tudo faça sentido.

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Um sentido. Sentimento. Sinto-me plenamente perfeito, mas com ressalva. Estou mais cético, mais centrado. Continuo sentindo e sofrendo intensamente, mas de maneira mais branda que outrora. Mudei, e posso agora perceber o quanto. Saí de minhas velhas e viciadas carcaças, encarando novos desafios de cara mais limpa, enxergando um mundo mais simples e menos complicado do que aqueles mitificados pelos romancistas.

E vou... Sigo em busca da felicidade, da eterna descoberta. Reinventando, refazendo, repensando, relendo. Refaço meus passos todos os dias, podendo ver todo o solo que fora pisado, pedra por pedra, flor por flor, à fim de que quando me puser a andar novamente, que eu possa estar mais atento àquilo que está ao meu redor.

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A perfeição não existe, pois há opiniões e pontos de vista diferentes dos seus. Mas o que importa realmente é poder alcançar aquilo que buscamos. E, caso um dia venhamos a conseguir fazer as coisas como planejamos, ou superar nossas expectativas, aí então atingiremos a perfeição.

Ame, se deixe amar... Seja eterno, seja sublime...

Amor. Amizade. Paz.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Navegar é preciso. Viver também o é.

Acabo de ler um blog (http://insideofus.blogspot.com/) que me fez pensar. Pensar em como podemos observar as coisas que acontecem ao nosso redor de várias formas diferentes. Ver as situações se desenrolar de um outro ângulo, poder perceber que nem tudo é como esperamos, e mais: achar que podemos controlar nossos destinos.

Nem tudo passa desapercebido. Nem tudo muda com o tempo. Nem todas as pessoas têm boas intenções. E, ainda dentro de todo este contexto, encontra-se o resto de nós todos, efervescendo de paixão e emoção.

Cuidamos muito mais daquilo que achamos que precisamos, do que aquilo que realmente precisamos. Olhamos muito mais em volta, do que para dentro de nós mesmos.

Isto me faz chegar a uma conclusão: o que está dentro de nós é parte de todos que nos rodeiam. E com isso, creio que nos relacionamos com a mesma intensidade e vibração a todo momento com todas essas pessoas. Mas, se por algum motivo, esta intensidade se alterar, logo direcionamos ou distribuímos o peso dela para outras pessoas que estão neste círculo.

Há momentos em nossas vidas que temos certas pessoas ao nosso lado, com uma maior frequência que outras. E em outros momentos, outras pessoas. E de todas elas, algumas só vêm acrescentar nosso campo de visão.

Desta forma, acredito que uma gama variada de pessoas com as quais nos relacionamos pode nos fazer ver muito mais daquilo que estamos acostumados, e quanto mais podemos ver, e entender também, mais podemos compreender.

Da compreensão da razão, passando à emoção, somos passionais nos extremos, dedicando-nos em vários momentos por situações efêmeras, mas que nos dão prazer momentâneo, pois é isto que continua nos movendo - a força motriz interior.

Quando a paixão se sedimenta, vivemos o porto seguro, lugar onde sempre voltamos nossas naus após a navegação, que nos abastecem com palavras e nos resgatam à razão.

Portanto, sempre que navegar em águas calmas, tenha-me em seu coração, sabendo que, caso uma tempestade venha lhe interpelar em meio à sua jornada, estarei com todas as amarras prontas, recebendo-lhe de braços abertos!