terça-feira, 28 de abril de 2009

Onde as pessoas más vão quando morrem?...

Eis que me deparo em meio a uma estrada rural, de terra batida, cuja poeira se levanta enquanto o carro vai passando, deixando pra trás tudo aquilo que tínhamos de ruim dentro de nós mesmos.

Fluindo por dentre densos capinzais. Imagino então a distância percorrida, centímetro a centímetro. Conto com a ajuda das estrelas que pontilham toda a abóbada escurecida pela noite.

Destilando doses de sarcasmo, mascarando todas aquelas faces estranhas e inquisidoras, segui adiante, pensando em como tudo está perfeito. Nada poderia me alcançar naquela hora. Nem mesmo o vento.

Ainda assim, estava frio, e eu sentia todos os meus dedos congelando, em estado de êxtase, mesmo os dos pés. Tudo aquilo não me era novo, mas eram sensações em momentos distintos.

Enquanto ia pela estrada, imaginava como o mundo anda tão complicado. E há tantas pedras nesta estrada, buracos... Ainda bem que não há palhaços. Não os suporto.

De repente, senti uma mão em meu rosto. Ao olhar pro lado, a sombra de um sorriso que se espelhava no vidro, tendo como dinâmica as grossas tosseiras de mato.

Após um tempo andando, vi luzes. E tive medo, pois não sabia direito onde estava. Não que estivesse perdido. Mas também não conseguia me achar. Meu Deus: cadê meu GPS!???

Recobrando-me do susto, vendo onde eu estava, vi que estava tudo bem. Momentos após, um som me chega aos ouvidos; batida conhecida, timbre da guitarra com aquela distorção... Hmmmm, só curtindo o momento e a paisagem, que cada vez se mostrava mais insensata. Só a estrada fazia sentido. Mas não me incomodei.

Após um breve trajeto, com uma breve ligação que me deixou mais feliz, cheguei ao jardim, admirando toda sua beleza em toda sua plenitude... E nas águas calmas daquele lago artificial, vi minha imagem distorcida, cheia de brilho dos postes, cercada de peixes sonolentos e agitados.

Enfim, fui embora. Ainda que não quisesse, mas eu sabia que tinha que ir. E a única coisa que eu tinha certeza, naquela hora, era a de que os levava em meu coração.

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