segunda-feira, 22 de junho de 2009

Porre das vaidades

Me perdi no meio de tanta nuvem. Nuvem de incerteza, nuvem de dúvida. E duvidava acerca de tudo, acerca de todos... Até onde mesmo aquilo me podia ser tangível?

Sentia como se tudo fosse se transformar novamente. Um sentimento contraditório, insensível, desequilibrado. Me perdi nos vários atos que aquela peça me proporcionou. No fim, acabei rindo de minha própria epopéia.

Apenas uma coisa, apenas uma solidez. Apenas uma coisa: a eternidade do passado, a superficialidade do futuro e a efemeridade do presente. Juntando tudo, nossa vida. Um desequilíbrio que tentamos equilibrar a todo momento.

De onde partimos pra pensar em tudo, e como definimos o que poderia vir a ser o tudo, se tudo temos e com nada nos contentamos? Não seria melhor nada termos para com tudo nos contentarmos?

O princípio se perfaz quando chegamos ao final. Final de alguma coisa, que pode ser tudo aquilo que sonhamos, ou nada guardar de características. Num momento, estamos interligados com uma pessoa, uma só. E noutro, já estamos deixando que nos sintonizem, e vamos sintonizando.

O contentamento é aparente, a sensação é ilusória. Mas nos agarramos a ela como se fosse o único e último fio de esperança a esperar pela próxima garrafa de cerveja. Ou, quem sabe, até mesmo mais uma dose de cuba. Ah, garçom, por favor, não se esqueça da fina fatia de limão no fundo do copo...

De onde você trouxe esse sorriso, essas vestes, e toda esta ideia? Porque me entorpece e me encanta com esse teu perfume, que se mistura ao seu cheiro... Ah... Quanta coisa que se passa numa só noite. E olha que o dia já foi embora...

As incontáveis maravilhas, as incontáveis maravilhosas manhãs, noites e tardes. Os incontáveis dias acinzentados. Uma desilusão. Um sentimento de raiva que toma conta de todo meu ser. Uma pessoa que me tira o sono. Uma pessoa que me faz dormir. Uma ambiguidade que até mesmo não se entende.

Me esvaí em lágrimas, perante uma plateia perplexa. Após inúmeros e incontáveis companheiros haverem passado por dentre nós, deixando-nos mais sensíveis que o normal. Ou melhor, quebrando nossas duras carapaças, deixando-nos expostos às intempéries da vida. Mas pude cauterizar todas as feridas, tudo aquilo que precisava ser fechado.

Atualmente, o mar está calmo. Mas se prepare, pois o tempo se move no espaço, continuamente, fazendo com que o granizo, os ventos e a chuva nos rondem a todo momento. Mas não se preocupe, como diz um provérbio chinês: "não se aflija às mais sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda".

Mais um drinque, senhor? Senhora?

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