terça-feira, 25 de novembro de 2008

Devaneios de Despedida

Ofegante, subia a escada, sentindo aquele perfume que lhe intrigava. Estava em todo lugar, a todo momento, e a cada degrau, ficava cada vez mais forte.

Aquele era seu cheiro, lhe embriagava, lhe causava calafrios e esperança. Um antagonismo que nem mesmo sabia explicar.

Repentinamente se deu conta de que havia chegado ao andar de cima, passado todos os lances que lhe conduziam para cima. E levitava em direção a um dos quartos. Mas para sua surpresa, ninguém estava ali. E passando de quartos em quartos, de corredores em corredores, mas aquele perfume enlouquecedor não saía de perto, ficando cada vez mais forte.

As palavras já nem ousava dizer, pois num simples deslocamento repentino de ar, tudo podia ir embora. Não tinha certeza. Mas como saber? Não podia arriscar.

Entre subidas e descidas, esperanças desesperançosas, enfim encontrou. Estava lá, prontamente aguardando sua chegada, pois ouvia seus passos ansiosos a estatelar pelo corredor; ritmados e compassados, largos e ofegantes.

Enfim, estavam à sós, um de frente para o outro, sem palavras, sem gestos, sem sentido algum. De repente, o perfume se materializava diante de ambos. E o que fazer? Apenas ficaram se entreolhando por vários minutos, até que a névoa preencheu todo o vazio da penúmbra do quarto onde estavam, calcando-se em imaginação pura.

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